quarta-feira, 31 de março de 2010

Diz que é uma espécie de "instituição cultural de nível europeu"...


Perdoem-me os "Gato Fedorento" o abuso, mas considero ser aquele o título mais adequado à notícia de hoje:


18 TRABALHADORES/AS A FALSOS RECIBOS VERDES
Como é possível uma "instituição cultural de nível europeu", que desempenha um reconhecido papel no seu campo de intervenção, aplicar uma política de recursos humanos como a que se descreve? Transcrevo, de seguida, o texto integral de uma mensagem que recebi do Movimento FERVE... e informo, claro, que estou inteiramente solidária com estes/as trabalhadores/as:

«A Fundação de Serralves tem um horário de funcionamento.
A Fundação de Serralves tem uma recepção, uma bilheteira, um bengaleiro.
A Fundação de Serralves tem recepcionistas que asseguram estes serviços, permanentes e imprescindíveis.
A Fundação de Serralves tem recepcionistas que asseguram estas funções há mais de cinco anos.

A Fundação de Serralves saberá que deveria ter celebrado contratos de trabalho com estes/as trabalhadores/as, visto tratarem-se de pessoas que utilizam material disponibilizado pela entidade empregadora, visto utilizarem uma farda da instituição, visto estarem inseridos numa equipa, visto terem chefias, visto estarem na dependência económica da entidade que as contrata: tudo critérios que permitem aferir a existência de um contrato de trabalho e não de trabalho independente.

A Fundação de Serralves sabe que estas pessoas são falsos recibos verdes.

No entanto, em vez de regularizar a situação contratual destes/as trabalhadores/as, a Fundação de Serralves optou por 'convidá-los' a constituírem-se como empresa para que pudessem continuar a desempenhar as mesmas funções de sempre. A esta chantagem a Fundação de Serralves chama "apelo ao empreendedorismo"

O FERVE denunciou esta situação publicamente, à Autoridade para as Condições de Trabalho (que efectuou já uma acção inspectiva à Fundação de Serralves) e também junto dos partidos políticos (o que motivou uma pergunta do Bloco de Esquerda ao Ministério da Cultura e uma outra ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social).

Agora, a Fundação de Serralves enviou uma carta a todos/as os/as recepcionistas, informando-os/as de que, a partir de 12 de Abril, deixam de trabalhar naquela instituição.

O FERVE e os Precári@s Inflexíveis consideram inenarrável o comportamento que a Fundação de Serralves tem vindo a assumir, alheado do cumprimento da lei, desprovido de moralidade, dignidade e respeito para com as pessoas que, ao longo de anos, trabalharam nesta instituição.

Estamos total e incondicionalmente solidários com estes/as trabalhadores/as e continuaremos a desenvolver acções de solidariedade para com eles/as, que serão comunicadas nos próximos dias.»


terça-feira, 30 de março de 2010

Será que ele vem mesmo?



Há as de Avalon... mas estas são as "Brumas de Cacilhas".
Os barcos vão e vêm sobre o Tejo, mas dele nada!

segunda-feira, 29 de março de 2010

O "exame dos três filtros"...

Recebi, hoje, um e-mail de uma amiga. Em anexo vinha uma mensagem que ela me aconselhava a ler. Assim o fiz. E porque a acho muito importante quero partilhá-la convosco:
«Na antiga Grécia, Sócrates foi famoso pela sua sabedoria e pelo grande respeito que professava a todos.
Um dia um seu conhecido encontrou-se com o grande filósofo e disse-lhe:
- Sabe o que escutei sobre um seu amigo?
- Espera um minuto, replicou Sócrates.
- Antes que me digas qualquer coisa, quero que passes por um pequeno exame. Eu o chamo do “triplo filtro”.
- Triplo filtro? perguntou o outro.
- Correcto, continuou Sócrates.
- Antes de me falares sobre o meu amigo, vamos filtrar três vezes o que vais dizer. É por isso que chamo este teste de “exame dos três filtros”. Estás absolutamente seguro de que aquilo que me vais dizer é certo?
- Não, disse o homem. Realmente só escutei e…
- Bem, disse Sócrates, então tu realmente não sabes se é certo ou errado. Agora, permite-me aplicar o segundo filtro, que é o da Bondade. O que me vais dizer é algo bom acerca do meu amigo?
- Não, pelo contrário.
- Então, desejas contar dele algo ruim, porém não estás seguro de que seja correcto. Mesmo que eu agora te quisesse ouvir ainda não podia. Falta aplicar o último filtro, o da Utilidade. Vai ser-me para alguma coisa saber o que me vais dizer sobre o meu amigo?
- Não, na verdade não.
- Bem, concluiu Sócrates. Se o que desejas dizer-me não é certo, nem tão pouco útil… por que iria eu querer sabê-lo? Seria bom que todos usássemos este triplo filtro cada vez que ouvíssemos comentários sobre os nossos amigos. A amizade é um laço inviolável. Nunca percas um amigo por algum mal entendido ou por dele teres escutado comentários sem fundamento.»

sexta-feira, 26 de março de 2010

REDES SOCIAIS: moda ou revolução?



O título faz manchete na Revista Courrier Internacional de Abril, que saiu hoje nas bancas. Além da capa, deixo-vos o editorial de Rui Cardoso e as duas primeiras páginas da respectiva reportagem. Um tema para reflectir durante o fim-de-semana...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Rebeliar ou não rebeliar, eis a questão!


Hoje, durante a discussão do PEC na Assembleia da República gostei, sobretudo, de ouvir Manuela Ferreira Leite... admirados? pois é! adorei ouvi-la dizer que se rebeliara... mulher de fibra esta que até cria novas formas verbais só para ofuscar os deputados com o seu discurso.

E esta hem?!

quarta-feira, 24 de março de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

Contrastes

De um lado a beleza da colina do castelo, vista do Largo do Martim Moniz... Do outro, na Praça da Figueira, o retrato da miséria... vários sem abrigo dormindo ao relento tentando colher algum calor nos respiradouros do Metro.
Lisboa, esta manhã.
(imagens captadas durante o meu percurso matinal do Cais do Sodré ao Jardim Constantino)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Alguém viu este cão?


Chama-se Napoleão e desapareceu ontem de casa da dona (uma colega aqui do meu trabalho) que mora no Funchalinho (concelho de Almada). A quem o encontrar pede-se o favor de contactar para os números de telefone indicados no cartaz. Obrigada.

domingo, 21 de março de 2010

Ainda o Dia Mundial da Poesia




Poesia no MST, ou "poesia em movimento".
Viagem poética.
"Poesia Vadia" sobre carris.
Palavras soltas no metro.
Enfim...
Chame-se o que se quiser.
Certo é que, hoje, DIA MUNDIAL DA POESIA, a poesia esteve na rua. Uma inciativa inserida no programa do 1.º Encontro de Poetas do Mundo em Almada - POEMA. Não há palavras que descrevam os magníficos momentos passados durante este passeio Cacilhas - Corroios - Pragal - Cacilhas.
Veja AQUI a foto-reportagem completa.

Dia Mundial da Poesia




Quero ver-te nos meus olhos
como se fosses de mim
a alma que procuro.
O que sinto,
e não sei exprimir,
busco-o, em ti...
O sonho de ser,
apenas
MULHER.

Imagens: do primeiro dia do 1.º Encontro de Poetas do Mundo em Almada. Veja a foto-reportagem completa AQUI.

sábado, 20 de março de 2010

POEMA - 1.º Encontro Poetas do Mundo em Almada

Estou quase a caminho do 1.º Encontro de Poetas do Mundo em Almada - POEMA. Eu e mais três amigas, não tarda nada estamos no Conevnto dos Cacpuchos para assistir ao programa que se segue:


Miradouro - 17.00 h – 17.40 h
Homenagem a Pablo Neruda

− Representante da Câmara Municipal de Almada
− Representante do Centro de Formação AlmadaForma: Maria Adelaide Paredes da Silva
− Representantes do Projecto ALReP: Maria José dos Reis Grosso; Maria Adelaide Paredes da Silva
− Equipa Cidadania e Expressões da Multiculturalidade: Margarida Catarino; Jorge Arrimar; Isabel Braga; Madalena Mendes

− Vídeopoema: António Saraiva
− Coreografia do Grupo de Danças de Salão D4 Life com Chris McCartney (Percussão)

Sala do Piano - 17.45 h – 19.00 h
Apresentação dos Trabalhos premiados no concurso Pessoas em Pessoa

Modalidades:
– Fotobiografia de Fernando Pessoa;
– Retrato(s) desenhado(s) de Fernando Pessoa;
– Videoclip, a partir de textos em Prosa e Poesia do Autor;
– Exposição de trabalhos de escrita criativa, a partir de textos do Poeta e dos seus heterónimos;
– Recital de Poesia com textos de Pessoa;
– Painel de Azulejos com motivos Pessoanos
Entregas dos prémios do concurso
Júri do Concurso; Representante da CMA; Premiados.

Claustros - 19.00 h – 19.30 h – Pausa para café

Sala de Exposições e Sala do Piano - 19.30 h – 20.30 h

Inauguração da exposição de Álvaro de Mendonça
(A exposição estará patente até ao final do Encontro)
Apontamento Poético – Rogério Jacques
Amar Guitarra – João Cuña (Guitarra Portuguesa), Luís Fialho (Guitarra Acústica)
Luís Henriques (Baixo); Chris McCartney (Percussão)

Sala de Exposições / Capela - 20.30 h – 21.00 h
Coro d'Anselmo (Escola Secundária Anselmo de Andrade)
Pequenos Cantores do Musicentro, Ensemble Vocal do Musicentro;
Coro de Adultos do Musicentro (Salesianos de Lisboa)
Piano – Rodrigo Gomes
Direcção – Victor Gaspar

Clasutros - 21.00 h – 22.30 h
Jantar volante

sexta-feira, 19 de março de 2010

Nada faz sentido

Amanhã, durante o 1.º Encontro de Poetas do Mundo em Almada, vai ser apresentado o caderno Uma Dúzia de Páginas de Poesia n.º 79, de Didier Ferreira: Nada faz sentido. Escrevendo Pensamentos. (d)Escrevendo sentimentos.

Embora não faça parte do programa oficial do evento, esta edição dos Poetas Almadenses irá ser colocada à venda no local e o seu autor, um dos poetas participantes, está disponível para falar da sua obra nos muitos momentos poéticos de encontro livre que irão acontecer...

De salientar que Didier Ferreira é o fundador do movimento poético dos JOVENS POETAS VADIOS, uma designação em homengem às sessões mensais de Poesia Vadia onde apareceu pela primeira vez, ainda no tempo do Café com Letras em Cacilhas.

Um jovem cheio de talento e que muito admiro pela tenacidade com que abraçou a "causa da poesia"...

Podem ler alguns poemas do Didier no seu blogue:
EU SOU, NO MEU TEMPO, SÓ MAIS UM

quarta-feira, 17 de março de 2010

Reflexos


Estou sem tempo e sem inspiração. Valem-me as fotografias que sempre vão dando para ilustrar o blogue... (esta foi tirada em Braga). Peço-vos desculpa. Por enquanto terá de ser assim, mas em breve voltarão os artigos de opinião.
Obrigada pela vossa compreensão... e espero que, entretanto, não deixem de passar por cá.
Aproveito e peço-vos que tentem legendar esta fotografia. Eu dei-lhe o título citado em epígrafe. E vocês?

terça-feira, 16 de março de 2010

À superfície do ser




Estou cansada.
Farta!
De tanta hipocrisia.
Apetece-me...
griiiiitaaaar!!!

Sinto os sonhos
em derrocada,
as ideias turvas
presas no labirinto
da vida...

Busco a certeza
do que não sou,
procuro encontrar-me
onde não estou.

Perdi-me!
Mas, afinal,
entre o grito
que não dei
e as palavras
que sufoquei...
sinto-me renovada.

Espero que ainda vá a tempo!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Senhor Galandum

"Senhor Galandum" é o último disco do excelente grupo de música mirandesa "Galandum Galandai" que tive a sorte de conhecer em 2008 a quando da apresentação deste disco na FNAC do CC Almada Fórum.

Um trabalho extraordinário que nos mostra, com qualidade, a música tradicional da região de Trás-os-Montes.
Uma maravilha! Ofereço-vos o vídeo de um dos temas que mais gosto e que já aqui postara antes.
Espero que gostem.


domingo, 14 de março de 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

A verdade!?!

Não resisto a trazer-vos aqui mais um comentário do psiquiatra J. L. Pio Abreu (acho que começo a ser sua fã)...
Vem este artigo a propósito do facto de também eu já começar a estar farta do discurso sobre a verdade, que parece ter contaminado todos os políticos. E choca-me, sobretudo, ver as imagens daquela Comissão de Ética da AR querer apurar factos a partir de meras sensações pessoais, interpretações subjectivas ou de convicções particulares… julgava eu que era preciso coligir provas documentais, ou testemunhais, mas a partir de dados objectivos e não partindo de opiniões que podem ser tão ou mais mentirosas do que as pretensas mentiras que pretendem denunciar.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Pela boca morre o peixe... ou uma grande lição de solidariedade!


Duas linhas
Uma bofetada de luva branca

Jornal: Diário de Notícias da Madeira
Data: 26-02-2010

Faço parte daquele enorme grupo de madeirenses que nunca esqueceu a arrogância do presidente do Governo Regional da Madeira quando, em 1999, disse: "Nem um tostão para Timor!" Fiquei ainda mais magoado quando, um ano depois, tive a oportunidade de visitar Timor-Leste integrado na comitiva que acompanhou o Presidente da República Jorge Sampaio em visita oficial. Vi casas destruídas, vi gente humilde, sem nada. Gente que ainda falava algum português, que pedia ajuda e que precisava mesmo dessa ajuda. E lembrava-me, nessa Díli ainda destroçada, do presidente do governo da minha ilha: "Nem um tostão para Timor!".

Agora que Timor começa a erguer-se mas revela ainda muitas fragilidades, é a nossa Madeira, a 'Singapura do Atlântico', a merecer a ajuda de fora. Ao contrário de mim, Ramos-Horta e Xanana Gusmão já esqueceram o que disse Jardim. E agora, em vez de nem um tostão para a Madeira, vejo com emoção um país bem mais pobre que a nossa rica Região a dizer: "100 mil contos para a Madeira!". Timor, um dos países mais pobres do mundo, desvia dos seus cidadãos 556 mil euros (ou 750 mil dólares) para ajudar a manter o bom nível de vida de uma Região que se apresenta com indicadores que a deixam como uma das mais ricas da União Europeia. E Timor não se limita a um tostão: oferece mais de dois euros a cada madeirense.

Sei que este não é o momento para tricas políticas. Que a hora é de trabalhar pela reconstrução, chorar os mortos e proteger os vivos. E, sinceramente, acho que estamos a fazer bem o que é possível fazer nesta altura. O Governo, as Câmaras, as Juntas, os Voluntários. Mas é difícil ficar insensível perante os contributos vindos de fora. Além dos efeitos práticos na reconstrução, a solidariedade de anónimos e as visitas dos 'cubanos' Sócrates e Cavaco e ainda o dinheiro do patrão do 'Pingo Doce' obrigam-nos não apenas a ter mais cuidado com o planeamento urbanístico como também a ter mais tento na língua. Nas desgraças é assim: hoje eles, amanhã nós.
Miguel Silva, Editor de Política
Imagem: retirada da Net (autor desconhecido).

terça-feira, 9 de março de 2010

Até breve!


Despedimo-nos da bela "bracara augusta" com uma visita às Termas Romanas do Alto da Cividade e bebemos um "pingo chocolatado" (leite com chocolate derretido - uma maravilha) no Colinatrum Café sentadas na esplanada com uma magnífica vista sobre a colina do Bom Jesus e do Sameiro... até breve!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Barcelos e Barcelinhos

Depois da manhã na Universidade do Minho (que foi, afinal, o motivo que me trouxe a Braga), fomos almoçar a Barcelos e passear pelo centro histórico, sem esquecer a visita ao Museu Arqueológico. E, claro, lá acabámos por dar uma voltinha a Barcelinhos, do outro lado da ponte medieval.

domingo, 7 de março de 2010

Domingo em Braga


Começámos o dia com uma visita ao Museu dos Biscaínhos. Depois fomos visitar a Senhora da Torre e o Museu Pio XII, onde vi a mais bela exposição de pintura que alguma vez visitei (de Henrique Medina).

A seguir fomos almoçar à Casa Pimenta (na Praça Conde Agrolongo) umas papas de serrabulho (deliciosas!) e, depois, rumámos ao santuário do Sameiro.

Na volta do autocarro, parámos na Falperra e visitámos a Igreja de Santa Maria Madalena. E, depois fomos até à Capela de S. Frutuoso.

E seguimos até ao Mosteiro de Tibães, terminando o dia a lanchar no Café Astória onde eu comi o mais delicioso bolo de chocolate da minha vida.

Um sábado em cheio...



Ontem passeamos pelo centro histórico de manhã
e à tarde fomos até ao Bom Jesus...
Foi um dia cansativo, mas que valeu a pena.
Tirei mais de 15o fotografias...
(bendita máquina digital)
Em breve farei o respectivo slide-show.

sábado, 6 de março de 2010

Café Vianna

Sirvam-se. Estejam à vontade... é uma oferta gratuita para vos dar ânimo.
Uma chávena de chocolate quente servido no Café Vianna, uma casa bracarense fundada em 1871 e que, ainda hoje, mantêm a traça original, mesmo ali na Praça da República, uma das mais emblemáticas desta linda cidade de Braga (onde estou desde ontem... regresso dia 9, 3.ª feira e para onde vim porque 2.ª feira tenho de ir à Universidade do Minho... entretanto aproveitei para vir passear o fim de semana, e trouxe a Sofia).
Se não gostam de chocolate, é só pedirem outra bebida qualquer, mais do vosso agrado.
Não se acanhem.
Hoje é tudo de graça. O pagamento é feito em sorrisos! :)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Desabafo poético...




Escrevo o que revisita a minha imaginação,
O teatro cabarético modernista português,
As adversidades politicas e odisseias submissas,
E toda a árdua tarefa a enfrentar…
Falo-vos daquilo que é colectivo,
E de todos começam a perder a vontade,
E não do meu individualismo,
Que é cómico, dramático e poético…!
Nesta geração, quem somos,
E em que sonhamos?
O que queremos ser,
E poder vir a ter?

As tortura mútuas sociopolíticas,
Ou novas obras inéditas musicais?
Respiro a atmosfera socrática pesada
Trago à cena a comédia sobre o desespero
O que não posso acreditar,
É não conseguir perceber
Como a maioria do povo português,
Votou, para mal poder viver.
Pedro Alves Fernandes

quarta-feira, 3 de março de 2010

Economia nacional versus economia local

A economia nacional e o desenvolvimento socioeconómico dependem de vários factores externos (exógenos) e internos (endógenos), essencialmente de matérias-primas próprias, como o combustível, a energia e a agricultura, produtos raros exportáveis, variando consoante a sua existência ou ausência, e ainda do mercado de valores - factor chave do sistema capitalista de mercado.

Sendo que a economia nacional depende da global, principalmente da indústria petrolífera e de produtos externos, ela pode recorrer a mecanismos de maximização da auto-suficiência energética e de matérias-primas próprias, recolhendo a mais-valia de recursos autóctones como o sol, o mar, a floresta e o subsolo. E que investimentos tem havido nestas áreas? Penso que saberão a resposta: ficam aquém do espectável.

Os factores internos estão, também, muito dependentes da linha político-partidária adoptada. Os sucessivos governos pós 25 de Abril têm seguido políticas fazendo lembrar os depósitos a prazo. A longo prazo implementam medidas (leis , protocolos e acordos) para favorecer os mais privilegiados, em dinheiro e poder. Exemplos disso são as concessões de 20, 25 e 30 anos e outras regalias monetárias vitalícias. A curto prazo implementam medidas que desfavorecem a maioria dos cidadãos. Exemplos disso são as leis desadequadas, incompletas e carentes de efectiva prática, por falta de mecanismos e a par disso retiram-se direitos e regalias, que por afectarem um maior número de cidadãos, facilmente se obtêm grandes valores (€) para cobrir o défice, os buracos orçamentais, a dívida pública, de modo a (tão badalada) crise não afectar muito a minoria, os tais lobbys económicos, as elites partidárias, as financeiras, as laicas, as religiosas, etc.

''Curiosamente'', a par do aumento do número de automóveis comprados, casas luxuosas e viagens está o aumento de pedidos junto dos Centros de Emprego e do Banco Alimentar.
A repartição da riqueza natural e humana terá de ter um carácter de justiça social, mais equilibrado e sustentável de modo a alcançar-se uma sociedade mais justa socialmente e consequentemente mais solidária, para abandonar, assim, o perverso sistema capitalista de mercado, através do desenvolvimento do "capitalismo humano" de partilha com recurso à educação, cultura e lazer, através do seu investimento; depois de garantir o básico, segundo a pirâmide descrita por Maslow (*).
O uso do banco de horas, do micro-crédito, de energias renováveis, terapias alternativas de saúde física e psíquica, rejeitadas há 25 anos pelos políticos, são aproveitamentos que não colocam "pedras no sapato" da engrenagem económico-financeira para poder haver mudanças de fundo, pois são aglutinadas, mas serão um presságio do futuro económico?
E o que é que isto tem a ver com a economia local? Tudo ou quase tudo, porque é a economia que comanda e regula/desregula o nosso quotidiano, as nossas opções e posturas, e aí poderemos ter um papel mais activo, ou pró-activo.
Apesar da economia local depender da nacional e por sua vez da global, e dos seus condicionalismos, apesar das verbas do PIDDAC e do Fundo Municipal não aumentarem, é possível ao governo local (autarquias) aplicar mais medidas e investir mais nas áreas da política social, investir nas pequenas obras e nas actividades localizadas e direccionadas que dão qualidade de vida aos munícipes e como exemplo de caso, em Almada, através dos dividendos dos juros bancários, das receitas da Amarsul, da Ecalma, do DAGEF e dos SMAS.

(*)"Hierarquia das Necessidades" desenvolvida por Maslow, 1970, em que defende na base da pirâmide, de baixo para cima, a satisfação das necessidades fisiológicas, de segurança, de relacionamento, de estima e de realização pessoal


Vítor Hugo Nunes
Autarca Bloco de Esquerda na AF Feijó
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