sábado, 31 de julho de 2010

Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo!

Imagem retirada da internet



Como já devem ter reparado, têm aparecido por aqui alguns comentadores anónimos que, a pretexto de criticarem o conteúdo dos artigos que escrevo, acabam por proceder à avaliação do meu carácter, tentando achincalhar-me publicamente.

Esta não é, todavia, a primeira vez. Há quatro anos atrás aconteceu o mesmo, com outros protagonistas.

Apresentei, então, denúncia ao Ministério Público contra incertos. Apesar de se ter identificado o titular da conta no ISP, o caso foi encerrado por o computador a partir do qual eram enviadas as mensagens ser propriedade do filho da idosa que se recusou a informar os investigadores sobre o paradeiro do filho, conforme consta do teor do acórdão do tribunal (que identifica o nome e a morada da pessoa em causa). Ora, tendo a mulher sido constituída arguida, o susto fui suficiente para acalmar os ímpetos do filho e os ataques pararam.

Agora, no caso presente, a situação muda de figura…

O comentador anónimo que tem vindo nos últimos dias/meses (desdobrando-se em múltiplas personagens), a tecer considerações sobre mim, foi deixando, inadvertidamente, diversas pistas que levaram à sua identificação e que ele, num precipitado e incauto gesto de vaidade acabou por confirmar:
« Perverso disse... Pronto! Não aguento. Vais mesmo dar uma gargalhada tal como eu já dei. Beijos oh deputada municipal. :):):) 27 de Julho de 2010 18:35»

Tive, assim, a confirmação de uma desconfiança que há muito vinha alimentando e da qual fui dando subtis indicações para que a pessoa em causa percebesse que eu sabia quem era. E acertei!

Não vou aqui apresentar a fotografia do sujeito, o seu nome e apelido, morada, telefone, telemóvel e e-mail pessoal. Mas não resisto a dizer-vos que a situação profissional é reformado (por isso tem tempo de sobra para se dedicar à blogosfera) e o seu antigo local de trabalho era a Câmara Municipal de Almada (de onde levou uns quantos “ódios de estimação” para casa, nomeadamente contra a Presidente da CM)… as outras, são informações que guardarei para comunicar, oportunamente, às instâncias devidas.

Contudo, uma coisa mais vou fazer: informar-vos da sua “residência virtual”, um blogue onde, como seria de esperar, escreve sobre anonimato e no qual, obviamente, faz censura de comentários pois, medindo os outros pela sua bitola, assim selecciona todos os que com ele não concordam (e tenho exemplos de pessoas minhas conhecidas que lá tentaram comentar e não foram aceites por, claro, discordarem do seu autor). Aliás, sabendo que eles também vinham ao Infinito’s chegou a ter o desplante de me questionar se eu sabia quem eram pedindo que os identificasse.

Perguntar-se-ão como sei tudo isto? Pois… este é um caso triste. A dita personagem, que no seu blogue REFLEXOS assina como Observador, e já foi Repórter num outro que terminou há uns anos atrás, e que aqui já se fez passar por simplesmente Anónimo, Perverso e outros cognomes mais ou menos inspirados, pensava eu que era um amigo, uma pessoa em quem podia confiar, com quem partilhava ideias políticas semelhantes… até à campanha para as autárquicas de 2009, nas quais mostrou vontade de integrar a lista do BE para a Assembleia Municipal, como independente, em lugar elegível, e o mesmo lhe foi negado por ser um desconhecido das estruturas locais do partido, e assim pretender continuar a ser.

A partir daí tudo se alterou… passei de “amiga bestial” a “besta inimiga” num ápice. Várias foram as mensagens privadas que trocámos sobre o assunto (algumas até bastante azedas), mas, sinceramente, nunca pensei que aquela pessoa que eu respeitava e por quem nutria bastante consideração, apesar do seu habitual humor ácido e corrosivo, fosse capaz de chegar a uma atitude destas. É triste, mas aconteceu! E é caso para dizer, que com amigos destes não preciso mesmo nada de ter inimigos (como outro anónimo que por aqui aparece, deputado municipal da CDU, também já perfeitamente identificado).

“Quem não se sente não é filho de boa gente”, diz o povo (e com razão). Por isso, depois de tudo o que sobre mim escreveu, obviamente que não poderia achar que fora tudo uma simples “brincadeira” como ele pretendia que fosse.

Apesar de considerar que as provocações e ofensas tinham ido longe demais para que tudo pudesse ser ultrapassado com umas boas gargalhadas, limitei-me a responder: «Já não aguenta? Eu também não! Mas avancemos... que a vida são dois dias e o Carnaval três.»

Parece que não gostou. E embora o Perverso tenha “morrido” apareceu, logo de seguida, um outro anónimo (com o mesmo estilo de escrita, portanto, perfeitamente identificável), comentando um curto reparo que fiz a uma gafe do Presidente da República (sem adjectivar a falha e muito menos tecer considerações sobre o seu significado), como se eu tivesse cometido um “crime de lesa pátria” e por isso o meu carácter merecesse condenação na “praça pública”.

Mas vejam só como o dito senhor Observador trata o Presidente da República neste seu artigo (convenientemente anónimo é bom lembrar!): “Atitude pequena de um homem pequeno”:
«Aníbal Cavaco Silva é, confirmou-o ontem, um homem muito pequenino. Sem classe. Alguém que deveria ser, desde já, esquecido por todos os portugueses.»

Se tiverem pachorra para tanto, comparem o meu artigo com o dele e digam lá se “bate a bota com a perdigota”…

Não fosse este um episódio de lamentar e que, por isso mesmo (independentemente de até podermos ter um elevado sentido de humor), não dá vontade nenhuma de sorrir sequer, e eu diria: para quem pretendia menorizar o assunto com umas boas gargalhadas, é caso para pensar que, de facto, “o último a rir é o que ri melhor”!

Quanto a juízos de valor sobre a personalidade deste senhor, façam-nos vocês…



========

Nota:
Alertada por um comentário a este artigo, que me chamou a atenção para um pormenor que poderia ter sórdidas interpretações, esclareço que este suposto “amigo” foi, para mim, apenas isso e nada mais… uma amizade nascida, crescida e falecida, na blogosfera, portanto, desenvolvida de forma virtual.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

António Feio... a última viagem


À família enlutada, os meus sinceros pêsames...
Na memória de todos nós ficará o seu sorriso fácil, o humor inteligente que tão boas gargalhadas nos fez dar... insuficiente para "matar o bicho a rir" como ele pretendia, mas que deixou sólidas lembranças para que alimentemos a saudade que dele todos iremos sentir.

Vai um duche colectivo?




Com o calor que tem estado nos últimos dias, um aguaceiro (mesmo que breve) até sabe bem. Aconteceu assim na passada 4.ª feira, aqui no Algarve (Praia da Senhora da Rocha), quando começou a chover e o pessoal teve de abandonar o areal... quem ganhou foi o proprietário da esplanada "O Vilarinho" que, num ápice, ficou superlotada.
Mas entre os banhistas havia quem, de sorriso nos lábios comentasse: "mas que belo duche colectivo"!
Hoje, por estas bandas, o dia amanheceu cinzento. Vamos lá ver se vem aí chuva de novo...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Provem... são uma delícia!

Figos "enxairos" (como se diz aqui no Algarve)


Acabadinhos de apanhar da figueira ali do quintal.
Estejam à vontade. Comam os que quiserem…
De onde estes vieram há muitos mais.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A lição... Aprendam, que ele não dura sempre!




«Qualidade do que é célere; rapidez; velocidade; ligeireza; presteza…»

Diz-se:
Cerelidade?
Ou
Celeridade?

Para o senhor Presidente da República, Cavaco Silva, assim o disse aos microfones de uma estação de televisão que o entrevistou hoje mesmo, a opção certa é:

Cerelidade!
Qual é a sua?

Notícia de última hora!





segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sabia que: em Almada, a Câmara Municipal tem um órgão executivo e um não-executivo?

Na introdução do Plano de Actividades da ECALMA para 2010, o Conselho de Administração desta empresa municipal começa por nos dizer que:

«O presente Plano de Actividades (PA) é realizado num momento particular da vida da empresa que se caracteriza pela continuidade de actividade num enquadramento já suficientemente conhecido que, basicamente, projecta para o exercício económico de 2010 as variáveis e condicionantes registadas em 2009 e um horizonte de alterações de grande impacto na vida da empresa implicando significativas mudanças estruturais, consubstanciados na gestão de cinco novos parques de estacionamento e do Flexibus.
Estas circunstâncias levaram a ECALMA a retardar a apresentação do PA, em consonância com a Câmara Municipal de Almada para o momento em que houvesse condições e conhecimento bastante dos impactos económicos e financeiros dos novos projectos integrando-os no orçamento.»


Atentemos, pois, no segundo parágrafo e vamos reflectir sobre o seu conteúdo…

Retardar a apresentação do Plano de Actividades: mas que raio de desculpa mais esfarrapada… então não sabem que o PA poderia ter sido apresentado na altura devida e, depois, ser objecto de uma revisão?

Acordo com a Câmara Municipal: como o assunto nunca foi discutido em nenhuma reunião daquele órgão deliberativo (pública ou privada), com quem é que, afinal, acordou o CA o adiamento da apresentação do PA?

E o cerne do problema que vos quero trazer aqui hoje prende-se, precisamente, com esta última questão: a constituição do órgão Câmara Municipal.

Segundo o disposto no artigo 57.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro (na redacção da Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro) – n.º 1 e alínea c) do n.º 2 – a CMA é composta pela Presidente e por dez vereadores que, no presente mandato, são: 4 da CDU, 3 do PS, 2 do PSD e 1 do BE.

Ou seja, o CA da ECALMA terá feito um acordo com os vereadores da CDU (que representam uma parte minoritária do órgão executivo), deixando de fora, deliberadamente, os restantes membros da Câmara Municipal.

Mais do que a demonstração de uma ignorância confrangedora, esta atitude é, sobretudo, o reflexo dos tiques ditatoriais da Presidente e a confirmação plena do comportamento antidemocrático da CDU que julga que o órgão executivo são, apenas, os vereadores com pelouro… como se dentro da Câmara Municipal existissem dois órgãos: o executivo e o não-executivo.

domingo, 25 de julho de 2010

Sugestão para almoço: sardinhas assadas

Vieram directamente de Portimão, passaram pela grelha, e chegaram aqui ao prato.
Uma maravilha.
Sirvam-se à vontade. É oferta da casa.

sábado, 24 de julho de 2010

Mais um "casamento de conveniência": CDU + PSD, em Almada.

Mesmo estando de férias não resisto a comentar este facto notável que chegou, hoje, ao meu conhecimento: a aprovação do Plano de Actividades da ECALMA para 2010 decorridos que já estão quase sete meses do ano em causa, na reunião da Câmara Municipal de Almada realizada no passado dia 21 do corrente mês.

Contrariamente ao esperado, depois da acesa discussão na última reunião ordinária do órgão deliberativo, durante a qual, à excepção da CDU, todos os partidos teceram duras críticas à gestão e actuação desta empresa municipal (com o PSD, mais radical, a propor até a sua extinção), o Plano de Actividades da ECALMA para 2010 foi aprovado com 5 votos a favor (CDU), 4 votos contra (PS e BE) e 2 abstenções (PSD).

Ora aqui está, pois, uma “posição coerente” do PSD que muito jeito veio dar, convenhamos, à CDU que viu neste “casamento de conveniência” a oportunidade para fazer passar, com sete meses de atraso, o documento acima referido.

Para quem propõe a substituição da ECALMA por um corpo de polícia municipal, este “voto a favor envergonhado” é uma contradição que só com muito esforço se conseguirá explicar, a não ser por uma complexa “atracção transcendente” semelhante à que fez Zita Seabra passar directamente do PCP para o PSD.

Anexo: veja AQUI a declaração de voto da vereadora do Bloco de Esquerda.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Barragem do Funcho (Silves)



Localizada na bacia hidrográfica do Rio Arade, a Barragem do Funcho oferece-nos lindas paisagens que apetece ficar a contemplar, sobretudo ao fim da tarde.
Uma sugestão de passeio que aqui vos deixo se quiserem fugir à azáfama do litoral urbano desta zona do Algarve.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sítio das Fontes (Estômbar)



O Sítio das Fontes (na freguesia de Estômbar, concelho de Lagoa) é, por excelência, o local ideal para passar um dia descansado, longe da confusão das superlotadas praias algarvias das redondezas.
Localizado num esteiro na margem esquerda do Rio Arade, é um parque municipal que possui vários atractivos: desde um amplo parque de merendas (com dezenas de mesas e bancos de madeira), vários planos de água (para nadar e mergulhar), um anfiteatro ao ar livre onde pode assistir a diversos espectáculos, nomeadamente de música (sobretudo à noite) e muitas sombras para se sentar a ler ou, simplesmente, a descansar se não quiser ficar ao sol, deitado sobre a relva.
Além disso, tem possui uma componente cultural significativa, com um centro de interpretação ambiental, um moinho de maré recuperado e o antigo sistema de rega (com uma nora), entre outros equipamentos.
Por todas estas características este é, pois, um local que não posso deixar de visitar sempre que venho passar férias em Porches. Aconselho que, se vierem por estas bandas, passem também por cá e estejam atentos à agenda cultural do concelho de Lagoa pois muitos dos espectáculos de Verão são aqui realizados.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cozinha regional algarvia

"Carapaus alimados" com batatas cozidas (dos campos de Monchique) e salada de tomate e pimento (das hortas de Porches), tudo temperado com alho e um fio de azeite, coentros e orégãos. Um almoço simplesmente delicioso. Provem... verão que é de "comer e chorar por mais". E podem repetir a dose. O preço é o mesmo.

Barragem do Arade (Silves)

Um local bonito e aprazível para um passeio com a família.
Porque o Algarve não são apenas praias.
Na barragem do Arade (cujo nome lhe advém do rio com o mesmo nome, onde se encontra localizada), construída em 1944 para apoiar os agricultores na rega dos seus campos, pode-se fazer pesca, natação, windsurf e andar de barco à vela. Não existem estruturas de apoio e, por isso, o local é pouco frequentado. Ideal para passar o dia com a família, a descansar e desfrutar da calma e beleza do local.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Porches, concelho de Lagoa

Uma terra algarvia, sede de freguesia, das mais limpas que conheço, muito calma, de gente simpática e conversadora, de sorriso nos lábios, rodeada de campos e as mais linda praias de Portugal nos arredores... Um destino que recomendo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Verão com cheirinho a Prima(vera)...

Edifício dos CTT no núcleo histórico da vila de Porches,
concelho de Lagoa, distrito de Faro.

O meu local de férias de Verão, com cheirinho a Prima(vera)...

sábado, 17 de julho de 2010

Infelizmente... tão actual!


No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]

A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas

São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada

Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Para o PCP há trabalhadores... e trabalhadores! Os da CMA devem ser de 2ª categoria.



Acabei, agora mesmo, de ter conhecimento desta notícia interessante: "Hospital Garcia de Orta. Partido Comunista pretende que o governo resolva problema dos auxiliares administrativo", baseada na pergunta que o respectivo Grupo Parlamentar fez ao Ministério da Saúde.


De notar que este é um equipamento hospitalar situado na freguesia do Pragal, em Almada. E que o documento em causa é subscrito, entre outros, por um parlamentar que é, também, deputado municipal neste concelho.


Vem isto a propósito do facto de, na Câmara Municipal de Almada, em situação idêntica (trabalhadores a exercerem funções de categoria superior àquela em que estão integrados mas sem a correspondente remuneração mensal), o PCP já não defender a justa integração dessas pessoas, muito pelo contrário...


Confusos? É que a diferença está numa coisa muito simples: o Governo é PS e a autarquia almadense CDU. Ou seja, para a mesma infracção, o PCP tem dois pesos e duas medidas, consoante é (ou não) um camarada seu a prevaricar.


Na Câmara Municipal de Almada existem assistentes técnicos a desempenhar funções de técnico superior (alguns há vários anos consecutivos) - casos que eu conheço pessoalmente e que, por razões óbvias, não posso identificar - mas como se trata de uma autarquia CDU... Se o faz, lá terá as suas razões, pois aqui os interesses dos trabalhadores ficam em segundo plano (em primeio lugar está, sempre, o Partido).


Sendo alguns deles sindicalizados, o que faz o STAL? NADA! E a Comissão de Trabalhadores? NADA! Porquê? Ambas as estruturas são dominadas pelo PCP. "E assim se vê a força do PC"... o tal que é "o único partido que está ao lado dos trabalhadores".

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Até quando?

Jornal Público, de 13-07-2010
Apesar da notícia ser de terça-feira passada, só ontem tive conhecimento do que se passava na Assembleia Distrital de Beja e, como é óbvio, não podia deixar de denunciar aqui, também, a situação.
A realidade destas estruturas de génese autárquica, e âmbito supramunicipal, é bastante complexa e já se arrasta há décadas, entre a indiferença dos autarcas, o ostracismo dos sucessivos Governos e a inércia da Assembleia da República, levando a que se assista, com alguma regularidade, a casos como este de atraso no pagamento das remunerações ou dos subsídios (de férias ou de Natal).
Por exemplo: em Lisboa, já estivémos quatro meses consecutivos sem receber vencimento há uns anos atrás; em Vila Real, a única funcionária da AD recebe o salário, periodicamente, ao semestre; em Beja, irão receber o subsídio de férias de 2010 não se sabe quando...
Mas este é apenas um de entre os muitos problemas destas estruturas, figurando entre eles, em termos globais, a ausência de perspectivas profissionais, a fraca formação profissional (salvo raras excepções), a degradação patrimonial (alguns equipamentos sociais e até culturais completamente abandonados), etc. etc.
Os responsáveis políticos fecham os olhos, os trabalhadores sofrem as consequências. Até quando?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Câmara Municipal de Almada enriquece de forma ilícita

A notícia que hoje trago ao vosso conhecimento é bastante antiga. À excepção dos envolvidos, talvez já ninguém se recorde do assunto. Mas agora que o POLIS anda em bolandas, novamente, por questões de titularidade fundiária, que se fala em expropriações por utilidade pública, e que se coloca em causa a idoneidade da Câmara Municipal de Almada no processo de despejo de três agricultores das parcelas que agricultavam (em Maio de 2010) sem aguardar a competente decisão judicial do respectivo processo (e, por isso, o Tribunal acabou de aceitar a providência cautelar interposta pelos lesados e mandou a autarquia repor o terreno conforme situação inicial), achei que o assunto era oportuno e, por isso, o venho aqui apresentar.

A origem do problema remonta ao período de 1973-1977, a quando da expropriação de uns terrenos na freguesia da Costa de Caparica alegadamente destinados à instalação de equipamentos sociais, entre os quais um estabelecimento de ensino (Diário da República, II Série, n.º 203, de 2 de Setembro de 1977), tendo a Câmara Municipal de Almada, por sentença transitada em julgado em 27 de Abril de 1990, sido condenada a pagar a justa indemnização aos proprietários.

Até aqui nada de anormal. Todavia, acontece que a Câmara Municipal de Almada acabou por lotear parte daqueles terrenos e vendeu os lotes assim obtidos a terceiros no mercado imobiliário, fazendo entrar nos cofres da autarquia uma avultada receita.

Ora, mercê do desvirtuamento do objectivo da expropriação, «a Câmara Municipal de Almada obteve um enriquecimento sem causa à custa dos expropriados, que consistiu na diferença entre a importância paga» … «e o valor obtido mediante a venda dos lotes a terceiros.»

Por isso, «tal enriquecimento correspondeu a um empobrecimento dos expropriados, que poderiam ter obtido a divisão daquela sub-parcela de cerca de 20.000m2 em lotes para construção, que a Câmara Municipal de Almada não lhes permitiu e acabou por fazer ela, prevalecendo-se abusivamente do acto de expropriação por utilidade pública.»

Alegou então a autarquia que se tratava de actos de mera alienação patrimonial de terrenos seus e que nenhum vício de lei se lhes podia apontar.

Contudo, assim não pensaram os juízes do Tribunal da Relação que analisaram o caso tendo proferido a douta sentença que a seguir se transcreve (Acórdão de 10 de Março de 1994, Processo n.º 7933, Ref.ª n.º 2337/1994, Colectânea de Jurisprudência, Tomo II/1994):

«Nos termos do art.º 266.º, n.º 2 da CRP, os órgãos e agentes da administração pública, no exercício dos poderes administrativos e de direitos privados daquela, estão subordinados, respectivamente, ao princípio de justiça e ao seu corolário princípio de boa fé, que lhes impõe o respeito pelas legítimas expectativas criadas e pelos interesses substanciais protegidos pela lei, sem submissão a meros aspectos formais.
Deixando de aplicar uma parte da parcela na utilidade que justificara a sua expropriação, procedendo ao seu loteamento e à venda dos lotes obtidos a terceiros em mercado livre, a autarquia violou os ditos princípios.
Este comportamento da autarquia, agravado do facto de, após tal venda, ter promovido a expropriação de uma nova parcela de terreno aos mesmos proprietários – a quem recusara licença para o dividirem em lotes para construção - com a invocação de o destinar ao mesmo fim de utilidade pública, constitui um claro abuso do seu "direito de propriedade" sobre essa parte da parcela.
O exercício abusivo de um direito, torna-o ilegítimo e tem as mesmas consequências que a sua inexistência.
As transferências patrimoniais obtidas pela autarquia em consequência do loteamento feito e da venda dos mencionados lotes - actos de direito privado feridos de abuso de direito - ficaram sem justa causa.
Verificando-se os demais requisitos do enriquecimento sem causa, podem os expropriados exigir da autarquia a restituição daquilo com que se tiver enriquecido em consequência de tais vendas.»

Sendo certo que a notícia tem mais de uma década e meia, é bom lembrar que era já a actual presidente da Câmara Municipal de Almada, Maria Emília de Sousa, a responsável política de então, na medida em que, como vereadora, assumiu o pelouro do Planeamento e Administração Urbanística em 1986 e a partir de 6 de Novembro de 1987 tem vindo a ocupar o cargo da presidência.

Este é um mero exemplo, descoberto por acaso numa pesquisa com fim bem diverso. Mas é suficiente para nos deixar a dúvida: terá sido assim, recorrendo a expedientes pouco lícitos, que a CMA conseguiu a sua solidez financeira? É nesta autarquia que querem que os almadenses confiem? Quantos mais esquemas deste tipo terão acontecido?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sugestão para almoço: frango com pinhões


É uma receita simples, rápida de confeccionar e muito saborosa. Fi-la no domingo passado e todos adoraram. Como está na hora do almoço, sentem-se e sirvam-se à vontade...
Num tabuleiro de ir ao forno disponha os pedaços de frango sem pele. Tempere com alho picado abundantemente. Polvilhe com uma pitada de sal e coentros picados. Coloque os pinhões sobre a carne e, de seguida, salpique com sumo de limão. Derreta um caldo de galinha num pouco de água e regue a carne com esse líquido. Termine colocando pequenas nozes de margarina sobre cada pedaço de carne. Leve ao forno.
Acompanha com arroz branco e salada de alface com orégãos. Para beber: sumo de laranja.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Que partido é este que tem governado Almada?

Ainda a propósito dos acontecimentos da última Assembleia Municipal de Almada, realizada no dia 30 de Junho, e onde ocorreu um facto deveras inquietante e que nos deixa a pensar, seriamente, se a Democracia não terá sido banida dos órgãos autárquicos deste concelho, um dos berços da luta contra o fascismo, não posso deixar de escrever mais umas linhas.

Pese embora o passado antifascista de muitos dos seus militantes, almadenses de méritos reconhecidos e a quem todos agradecemos o valoroso contributo que permitiu devolver-nos a Liberdade, o certo é que tem sido o partido que, em Almada, se senta na cadeira do poder há mais de três décadas o protagonista desta triste história que nos faz lembrar os tempos “da outra senhora”.

Custa-me a crer que esta força política, que se mascara de coligação mas a qual todos sabemos tem nos bastidores apenas um único partido que tudo manobra, seja hoje o mesmo que teve nas suas hostes (e ainda terá, julgo eu) gente por quem nutro um profundo respeito pela força das suas convicções mas, principalmente, pela lisura do seu comportamento.

Custa-me ainda a crer, sinceramente, que um partido que teve (e ainda terá) no seu seio tanta gente que sofreu na pele represálias e torturas indescritíveis para ajudar a derrubar a ditadura em Portugal, pratique hoje, trinta e seis anos passados sobre a Revolução de Abril, atitudes de génese semelhante àquelas que tanto condenou. Refiro-me, obviamente, à vontade de inibirem os seus opositores de se manifestarem, de os fazerem calar, de impedirem que vozes contrárias às suas se façam ouvir para que a verdade continue oculta.

Muito embora os métodos utilizados sejam outros (não há prisões, torturas, mortes), eles são, todavia, igualmente castradores das liberdades individuais. E não quero trazer aqui à liça o fantasma de outros tristes regimes pois foram e são realidades diferentes do que, hoje, se passa em Portugal.
Voltando ao exemplo de Almada: joga-se no plano psicológico, faz-se chantagem emocional; tenta-se comprar o silêncio de cada um, ou a sua inércia, com ameaças ao seu bom nome, para desmoralizar; procura-se descredibilizar, de forma anónima e cobarde, a actuação de quem tem coragem de os enfrentar; utiliza-se a mentira como instrumento para atingir o fim pretendido… enfim, muito mais haveria para dizer, mas fico-me por aqui.

Por isso, só posso concluir que estamos, com certeza, a falar de partidos diferentes mesmo que ambos utilizem um nome idêntico. Já dizia Camões que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” e, em Almada, só podemos concluir que os genuínos ideais da esquerda socialista e solidária, que muitos de nós partilhamos, têm vindo a ser substituídos por interesses mesquinhos e oportunismo mal disfarçado, não se coibindo os seus apaniguados de recorrer a todos os métodos ao seu alcance para manter o status quo conquistado.

É caso para perguntar:
Que partido é este que tem governado Almada? Alguém me sabe responder?

domingo, 11 de julho de 2010

If I could / El Condor Pasa


Simon & Garfunkel (autores da excelente música original)


Espírito andino (uma cópia extraordinária)

sábado, 10 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mais um direito que a CMA tem negado aos trabalhadores...

Fiquei hoje a saber que a Câmara Municipal de Almada tem como vertente da sua "política de gestão de recursos humanos" recusar todos os pedidos de licença sem vencimento solicitados pelos trabalhadores.
Não importa pois o que a lei diga, muito menos os motivos alegados pelo requerente, menos ainda as consequências que tal acto pode ter na vida das pessoas.
O que importa à CDU é a aplicação cega de critérios que ninguém sabe quais são e sequer que razão jurídica os sustenta.
Por exemplo: pedir licença sem remuneração de longa duração para frequência de cursos de formação académica ou profissional, não é uma benesse concedida pela Administração nem cabe na esfera do poder discricionário dos serviços... é, antes, um direito do trabalhador que só pode ser recusado nos casos que a lei elenca, taxativamente, no n.º 3 do artigo 234.º da Lei n.º 59/2008, de 11 de Setembro.
E "quem não está bem, mude-se!"... ou seja, queres licença sem vencimento? Ou ficas e não falas mais nisso, ou então pedes a rescisão definitiva e nunca mais voltas! Democrático, sim senhora!
Fica aqui um "aviso à navegação": vou estar muito atenta a esta questão, mais uma para o rol dos atropelos aos direitos dos trabalhadores cometidos pela CMA. (dizem-se eles de esquerda... mas que esquerda é esta, afinal? e anda Jerónimo de Sousa a afirmar que o PCP é o único partido ao lado dos trabalhadores... andam mesmo a brincar connosco!)
Bom fim-de-semana a todos/as.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Liberdade de expressão ameaçada?!

«... tendo presente os desenvolvimentos que o seu carácter e vontade estão a assumir considero a sua actuação insultuosa, ultrajante e caluniosa.»
Foi nestes exactos termos que o Presidente da Assembleia Municipal de Almada se me dirigiu, em resposta à minha missiva solicitando esclarecimentos sobre o episódio que aconteceu na última reunião da AMA e que já aqui noticiei como sendo um acto de censura. (pode consultar os vários artigos sobre o assunto clicando no respectivo título no destaque feito na coluna da direita).
Ao que eu respondi:
«Em parágrafo algum da minha mensagem anterior é possível deduzir quaisquer características do meu carácter a não ser a vontade evidente de esclarecer as dúvidas expressas nas perguntas que coloquei.
Tratou-se de uma comunicação oficial e não utilizei uma única expressão ofensiva, como facilmente se poderá comprovar lendo o seu conteúdo, que eu aconselho seja feito mais uma vez.
Interpelar a Mesa, na pessoa do seu Presidente, não é uma prerrogativa de uso exclusivo durante o decorrer das reuniões da Assembleia. Em caso de dúvida sobre determinada decisão é legítimo fazer perguntas e solicitar o seu cabal esclarecimento.

Assim o fiz, com a devida correcção em termos de linguagem.

Permita-me pois, evidenciar que a conclusão a que o senhor Presidente chega na afirmação atrás transcrita, excede o âmbito formal da resposta que me deveria ter sido dada oficialmente.

A reacção do senhor Presidente ao qualificar a minha actuação nos termos em que o faz só pode ter tido por base opiniões pessoais por mim formuladas noutros espaços (nomeadamente nos meus dois blogues pessoais – que folgo muito verificar que terá lido – o INFINITO’S e O MEU DIÁRIO NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ALMADA) fazendo uma interpretação política dos factos que me foram dado observar e não pode ser condicionada sobre pena de se estar a atentar contra a minha liberdade de expressão, um direito constitucionalmente protegido, como decerto é do seu inteiro conhecimento (artigo 37.º da CRP):
“1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.
2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.”»
Se estiver interessada/o na leitura integral da troca de correspondência, veja AQUI o respectivo documento.


Errata acabada de receber:

«Faço notar que no ponto 4.1 do e-mail que lhe enviei, onde se lê “30 de Junho”, deve ler-se “29 de Junho”.
O Presidente da Assembleia Municipal
José Manuel Maia Nunes de Almeida»

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quando o calor aperta... à falta de melhor, improvisa-se!

Por detrás da Av.ª 25 de Abril, em Cacilhas, existe um espaço conhecido como "quintal desportivo". Neste fim-de-semana, com o calor a apertar, um grupo de crianças resolveu refrescar-se de forma original. E ali estiveram várias horas, brincando e divertindo-se naquelas duas pequenas piscinas...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

As teias da censura em Almada. Alguns esclarecimentos necessários

Não resisto a trazer aqui, mais uma vez, este assunto. Ele é demasiado grave para deixá-lo ficar adormecido, agora que estamos a dar início ao período de férias propício a tornar insignificantes factos importantes por ausência de notícias. Por isso, periodicamente voltarei a este tema, com perspectivas de análise diferente, em particular no que concerne à divulgação de informação relevante para a compreensão dos factos.

Vejamos, então, como tudo terá começado.

Na génese do problema estão os reiterados comportamentos da Câmara Municipal de Almada que, com atitudes injustas, sectárias e nada imparciais, tem vindo a discriminar os seus trabalhadores. Dois deles, ganharam coragem e pensaram “perdidos por cem perdidos por mil” e arriscaram fazer denúncia dos seus casos, ao Provedor de Justiça.

Veja AQUI a queixa por eles elaborada, e leiam-na com atenção.

Na sequência deste acontecimento, saiu um artigo no jornal Notícias de Almada alegando que havia “discriminação política” na Câmara de Almada e, por isso, os trabalhadores se sentiam lesados. Como terá chegado o jornalista a esta conclusão? Tão só e apenas pelas afirmações do próprio Vereador dos Recursos Humanos que não se coibiu de dizer que alguns deles até haviam participado em lista da oposição no último acto eleitoral.

Perante o teor destas declarações os trabalhadores sentiram necessidade de ir à Assembleia Municipal de Almada apresentar o seu caso e solicitar os devidos esclarecimentos a quem de direito.

Veja AQUI a intervenção em causa.
(de notar que os trabalhadores, gastando dinheiro dos seus parcos ordenados, mas em nome da transparência, entregaram nos serviços de apoio cópias suficientes para serem distribuídas a todos os deputados municipais. Todavia o Presidente da Mesa, numa atitude autocrática, apenas autorizou a entrega de um exemplar por grupo municipal – veja AQUI a notícia)

E foi precisamente nessa reunião do órgão deliberativo que a Sr.ª Presidente da Câmara, em resposta ao trabalhador, resolveu humilhá-lo tentado fazer crer aos presentes que durante os oito anos que ele fizera trabalho na área da comunicação fora, apenas, como “carregador do equipamento do operador de câmara”, um trabalho menor e sem significado relevante, portanto. Mais disse, ainda, que a CMA era uma autarquia magnânima e por isso permitira que o coitado do outro queixoso fizesse o estágio na DIRP, como se este fosse um incapaz.

Sentindo-se ofendidos na sua dignidade, os trabalhadores voltaram a intervir na reunião seguinte da Assembleia Municipal dando conhecimento aos presentes dos seus currículos académicos e profissionais. Porque as fotocópias custam dinheiro, e o seu ordenado é pequeno (um é assistente administrativo e o outro motorista), desta vez apenas levaram cópias para serem entregues aos três membros da Mesa, a todos os vereadores e uma por grupo municipal.

Violando um princípio fundamental da nossa Democracia, o Presidente da Assembleia Municipal, contudo, preferiu não autorizar a sua distribuição a ninguém, à excepção de uma cópia à Sr.ª Presidente da Câmara (pois claro! O “caldo entornaria” se assim não fosse!) e, mais uma vez, os documentos foram parar ao caixote do lixo, como afirmou a funcionária dos serviços de apoio (resta saber de que forma, pois os mesmo continham dados pessoais e que, agora, não se sabe, na posse de quem poderão estar… mais uma declarada violação da lei).

Veja AQUI a segunda intervenção e leiam-na com atenção.

Estranhamente, a Presidente da Câmara nada argumentou, mantendo um gélido silêncio sobre o assunto. Assim como o Vereador dos Recursos Humanos que, na primeira reunião ainda se atrevera a defender a política de gestão dos recursos humanos da CMA (numa cópia do conteúdo do seu despacho de indeferimento do pedido de mobilidade interna inter-carreiras por nós já divulgado).

E, a bancada da CDU que costuma pronunciar-se sobre tudo e, em particular, quando considera que a CMA está a ser atacada, apresentando sempre justificação para todos os actos da autarquia, por mais indefensáveis que sejam, não se importando de ofender a esmo a oposição mesmo quando esta apresenta críticas justas, também nem uma palavra pronunciaram sobre o assunto… até parece que houve instruções superiores (do “comité central”, será?) para se manterem calados… não fossem cometer mais deslizes comprometedores já que há demasiadas ondas no horizonte e convém não agitar ainda mais as águas.

E na ânsia de cumprir as ordens acabaram por exagerar… o excesso de zelo levou o Presidente da Assembleia Municipal a vetar a distribuição da documentação em causa. Num acto precipitado, acabou por ser mais nefasto para a CDU do que deixar que todos tivessem tido acesso àquela intervenção e verificado, in loco, que a senhora Presidente mentira.

Como se esconder aquele documento naquele dia à noite fosse suficiente para impedir a divulgação da informação nele contida. Que ingénuos! Ainda bem que não conseguem dominar a blogosfera nem as redes sociais... Ou acham que, perante um acto desta natureza, os trabalhadores iam ficar quietos? Depois de terem arriscado o que já se viu, obviamente que não iriam cruzar os braços e fariam chegar aquela intervenção ao maior número de pessoas possível. E eu, pela parte que me toca, estou com eles e, daí, denunciar a situação e divulgar o texto em causa, chamando a atenção para a arbitrariedade cometida.

Porque há situações em que o silêncio não é de ouro: é, antes, pintado com as cores da vergonha. Calar é ser conivente! Por isso, eu não me calo.!!

domingo, 4 de julho de 2010

Lasanha de salmão e espinafres


Já aqui vos tinha dito que gosto muito de cozinhar. Mas não por obrigação. Gosto de inventar receitas novas, diferentes, conforme a ideia que me vem à cabeça no momento, com os ingredientes que encontro na despensa. Por isso já inventei cada coisa... como uns croquetes de "Nestum", por exemplo, ou um bolo com "Golden Grahms".
Mas, até ao momento, têm saído receitas comestíveis... pelo menos as minhas "cobaias" não se queixam e às vezes até querem que eu repita... infelizmente, nunca sei fazer duas receitas iguais pois é mesmo tudo ao sabor da imaginação e, raramente, anoto o que faço e muito menos sei dizer as quantias de cada um dos ingredientes já que faço tudo "a olho".
Hoje resolvi aproveitar uns filetes de salmão que me haviam sobrado da última vez e que eu congelara para uma outra oportunidade. Então, pensei, vou grelhar isto outra vez? Não! E vai daí lembrei-me de fazer lasanha e juntar uns espinafres para dar um toque colorido...
Ingredientes:
salmão limpo de espinhas e peles
fatias de lasanha
espinafres
alho em pó
miolo de camarão (tamanho pequeno)
uma pitada de sal
leite
farinha maizena
um ovo
coentros picados
manteiga
queijo ralado
alface
cebola
orégãos
azeite limão
Tempere o salmão com sal e alho em pó. Grelhe na chapa e desfie.
Coza os espinafres em água temperada com sal. Escorra.
Coza os camarões com água e sal a gosto. Escorra.
Faça um molho com o leite (ao qual juntou uma pitada de sal, alho em pó e os coentros picados), uma noz de manteiga, a farinha e, no final, o ovo batido. Deixe engrossar e passe com a varinha para ficar mais cremoso.
Num tabuleiro de ir ao forno cubra o fundo com molho e vá fazendo camadas com as tiras de lasanha, depois o salmão, a seguir os camarões e, por fim, os espinafres. Repita duas ou três vezes consoante a quantidade de ingredientes que tiver tendo em atenção o número de pessoas que irão almoçar e/ou jantar.
Termine cobrindo tudo com o queijo ralado.
Vai ao forno a 180º coberto com uma folha de alumínio. Depois de 20m retire a folha e deixe cozinhar até o queijo gratinar e alourar.
Acompanha com salada de alface temperada com cebola e orégãos, uma pitada de sal, limão e um fio de azeite.

sábado, 3 de julho de 2010

Entre o ser e o parecer, ou o inexistente PCP em Almada

«O PCP é o “único Partido que está onde deve estar, ao lado dos trabalhadores e do povo”, afirmou Jerónimo de Sousa [no dia 1 de Julho de 2010] no comício realizado no largo de Cacilhas, em Almada.»

«O PCP é o “único Partido que está onde deve estar, ao lado dos trabalhadores e do povo”»?
No entanto, o PCP está no poder autárquico, em Almada, há mais de trinta anos (embora mascarado como se fosse uma coligação – a CDU) e a sua “política global de gestão de recursos humanos” tem permitido que se cometam uma série de atentados, precisamente, contra os direitos dos trabalhadores da autarquia.

Entre a teoria e a prática vai, pois, uma grande distância. Para o PCP os trabalhadores e o povo ao lado de quem dizem estar não inclui o pessoal que trabalha na Câmara Municipal de Almada. Ou melhor, rectifiquemos: exclui todos os trabalhadores que não são do PCP (mesmo que no Partido muito poucos sejam os que, hoje, lá estão por convicção e me pareça que a maioria tenha aderido por conveniência ou oportunismo, tal o desprezo que manifestam pelos princípios democráticos de Abril).

Outra hipótese se nos apresenta: será que existe PCP em Almada? Ou temos antes o PME (Partido da Maria Emília)? Analisemos o que diz o PCP e o que pratica o PME para que possamos perceber bem as diferenças…

«O PCP é o “único Partido que está onde deve estar, ao lado dos trabalhadores e do povo”», diz Jerónimo de Sousa.
Em Almada, o PCP/Partido da Maria Emília persegue trabalhadores por terem opções políticas diferentes da comunista. E quem o dá a entender é o próprio vereador dos Recursos Humanos (PCP/PME) que, em declarações a um jornal local, trouxe à colação o facto de alguns deles terem participado em listas da oposição.

«O PCP é o “único Partido que está onde deve estar, ao lado dos trabalhadores e do povo”», diz Jerónimo de Sousa.
Mas a “grande líder” do PME (a Presidente da Câmara), publicamente, numa reunião da Assembleia Municipal, resolve achincalhar dois trabalhadores que tiveram a ousadia de se queixar ao Provedor de Justiça sobre a discriminação de que têm vindo a ser alvo ao longo de vários anos.

«O PCP é o “único Partido que está onde deve estar, ao lado dos trabalhadores e do povo”», diz Jerónimo de Sousa.
Todavia o Presidente da Assembleia Municipal (PCP/Partido da Maria Emília) preferiu impedir que fosse distribuída a intervenção do trabalhador que interveio na Assembleia Municipal (um acto de censura a fazer-nos lembrar o triste período do fascismo), apenas porque ficaria evidente que a edil mentira de forma descarada sobre o caso daqueles dois funcionários numa vã tentativa de os menorizar.

«O PCP é o “único Partido que está onde deve estar, ao lado dos trabalhadores e do povo”», diz Jerónimo de Sousa.
E a Comissão de Trabalhadores (de maioria PCP), assim como o STAL (sindicato afecto ao PCP), o que têm feito? Defendem sim, mas é a administração contra “aqueles malvados” que têm o desplante de denunciar as más práticas da “grande líder”. Porque o que importa é branquear o que se passa na autarquia focalizando a atenção na lutar contra o Governo (seja PS ou PSD) mesmo que isso implique prejudicar, deliberadamente, os trabalhadores para aumentar o grau de insatisfação laboral e ganhar na sublevação social na rua.

E aqui é preciso notar que, para arranjar munições que alimentem as armas na luta contra a direita e fazê-los parecer de esquerda, estes grandes defensores dos trabalhadores (leia-se Partido da Maria Emília) não se coíbem de fazer interpretações arrevesadas da lei, implementando os seus aspectos mais negativos e fingindo que tudo o que de mau acontece é culpa do Governo, como se a nível local não houvesse quaisquer responsabilidades nas muitas arbitrariedades cometidas, sendo as mais das vezes consequência da incompetência dos dirigentes e/ou da prepotência dos decisores políticos.

«O PCP é o “único Partido que está onde deve estar, ao lado dos trabalhadores e do povo”», diz Jerónimo de Sousa.
Em Almada, o PCP é bem capaz de estar ao lado dos trabalhadores sim, mas entre o Partido e os trabalhadores existe um muro que impede que o PCP veja o que se passa na autarquia e não permite que intervenham pois não convém afrontar a Maria Emília na medida em que é ela que faz o PCP ganhar eleições… e esse é o único objectivo que os move.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Será que passou a haver censura na Assembleia Municipal de Almada?


Mesmo correndo o risco de alguns comentadores anónimos e cobardes virem, de novo:
• Acusar-me de, neste blogue, haver liberdade de expressão a mais e que até deveria dar-se início a um abaixo-assinado para mandar encerrar este espaço por as denúncias que aqui faço serem vergonhosas (no entender desses "democratas de pacotilha"), nomeadamente quando escrevo sobre o que se passa nas reuniões da Assembleia Municipal de Almada (como se estas não fossem públicas mas antes sessões privadas, sujeitas a segredo de Estado);
• Ameaçar-me de que, em consequência do que aqui escrevo, terei “uma desagradável surpresa brevemente.”

Não posso deixar de vos contar alguns tristes episódios que se passaram na sessão ordinária de Junho da Assembleia Municipal.

No passado dia 30 de Junho, durante a última reunião da Assembleia Municipal de Almada, ocorreu uma estranha ocorrência que nos leva a colocar a pergunta:
Será que passou a haver censura na Assembleia Municipal de Almada?

Acontece que o munícipe António Silva (trabalhador da autarquia) no uso do direito que lhe confere a lei e o regimento daquele órgão deliberativo, usou da palavra (em seu nome e de um outro colega) no período destinado à intervenção do público e entregou nos serviços de apoio uma série de exemplares da sua intervenção para serem distribuídas à Presidente da CMA, aos vereadores (com e sem pelouro), aos membros da Mesa (Presidente e às duas secretárias) e a todos os líderes dos grupos municipais. Conforme sempre foi a prática naquele órgão deliberativo.

Aliás, ainda no dia anterior, haviam sido distribuídos vários documentos nessas mesmas condições. Ou seja, intervenções do público – a da representante da “Associação de moradores da zona do Bairro do Matadouro” e daqueles dois trabalhadores da autarquia, pois António Silva também usara da palavra no dia 29.

Todavia, naquela quarta-feira nada foi entregue ao Bloco de Esquerda (grupo municipal ou à sua vereadora).

Assim como tivemos conhecimento de que, nesse mesmo dia, um outro munícipe, José António Pereiro, entregara, nos serviços de apoio da AMA, fotocópias de um documento solicitando fosse o mesmo distribuído aos deputados municipais.

Mais uma vez, nada foi entregue ao Bloco de Esquerda (grupo municipal ou à sua vereadora).

Sabemos que, no que se refere à intervenção de António Silva, várias pessoas podem confirmar que viram o Presidente da Mesa na posse do documento em causa, e que o folheou enquanto o trabalhador prosseguia o seu discurso.

O que se terá passado então?

Porque não foi aquele documento autorizado a ser distribuído? Ao abrigo de que disposição legal ou regimental se assumiu tal decisão? De quem é a responsabilidade por esta sonegação selectiva de informação? Que objectivos estiveram na base desta atitude? Que fizeram os serviços às fotocópias entregues e que não foram distribuídas aos seus destinatários? Que medidas nos garantem que uma situação destas não volta a acontecer no futuro?

Mesmo em relação à intervenção de António Silva proferida na terça-feira, e da qual apenas fora entregue uma cópia por grupo municipal, soubemos que, no entanto, aqueles trabalhadores tinham despendido recursos dos seus parcos ordenados para efectuar fotocópias em número suficiente para caber uma a cada deputado municipal.

Alguém nos saberá explicar o que se anda a passar na Assembleia Municipal de Almada?

Será que, afinal, o deputado Fernando Pena terá razão ao afirmar, na reunião de dia 29 de Junho, que «a censura voltou a Almada»?

Embora o CDS/PP se tenha servido de um subterfúgio para tentar criar um caso que conduzisse a tal conclusão (o de entregar três “projectos de deliberação” em vez de moções, para ver se conseguia fazê-las entrar fora do prazo estabelecido no regimento, o que a Mesa - e bem – não aceitou), certo é que pela descrição destes factos (devidamente comprovados com provas testemunhais) tudo indica que, lamentavelmente, 36 anos após o 25 de Abril, a censura tenha regressado a Almada.

No órgão mais representativo do poder local democrático em Portugal, numa terra que se orgulha de sempre ter sido um baluarte na defesa da Liberdade e da Democracia, num concelho liderado por um partido que se diz de esquerda, que razões podem ter levado alguém a permitir que ocorressem situações com a gravidade das atrás descritas?

Será que o teor das comunicações em causa teve alguma coisa a ver com tudo isto? Por mais que nos esforcemos em pensar que não, as coincidências são por demais evidentes.

Aguardemos, então, pela resposta ao meu e-mail dirigido ao Presidente da Assembleia Municipal de Almada para esclarecer algumas dúvidas. Cientes, porém, de que seja qual for a resposta obtida ela não apaga os acontecimentos.

E voltarei a este tema muito em breve (para aqui divulgar, nomeadamente, as intervenções que tentaram silenciar), mesmo que com as minhas palavras venha a incomodar muita gente. Felizmente eles (entendam o que quiserem!) não conseguem controlar a blogosfera. Embora bem o desejassem fazer…

Mesmo que me venham acusar de soberba, arrogante e por aí adiante. Não é com essas acusações desprovidas de sentido, proferidas de forma anónima e cobarde, que me calarão. Podem ter a certeza!
Related Posts with Thumbnails